quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Queria era estar apaixonada!!


"Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros.
Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo.
Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas.
Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida.
Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer.
Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado.
Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado.
Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente.
Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado.
Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz.
Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção.
Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você.
Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira.
Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar.
Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade.
Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele.
Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa.
 Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la.
Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram.
Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha.
Você tem medo de já estar apaixonada!

Mayra

Fico esperando meu telefone tocar e você reclamar comigo por alguma bobagem, me dizer o quanto ta feliz e como a vida ta corrida, fico esperando aquele convite pertinente pra eu ir te visitar na tua nova casa, fico esperando tu me dizer algo bobo que sempre me faz rir. Eu senti muito a tua falta quando tu me deixaste com os lobos pra procurar um campo mais agradável para progredir da maneira que tu sempre quis, eu nunca falei isso é verdade, eu não tinha essa tua coragem de encarar a mudança sem medo do que vai encontrar, eu sou medrosa gosto do que é seguro. E na segunda quando me ligaram pra falar de vc eu tinha planejado te ver naquele dia, faltei ao trabalho pensei que talvez nós poderíamos almoçar juntas, mas vc tropeçou numa pedra, eu nem pude falar contigo, nem pude te chamar pra almoçar. E mais uma vez eu tive medo... Medo de perder uma amiga, uma pessoa querida, um dos meus achados naquela matilha de lobos ferozes.
E você se foi meu amor. Espero que estejas bem, ainda tenho tantas coisas que só seriam ditas pra ti. Ainda tenho tantas novidades que só você vibraria com elas. Saudades eternas!!

Morrer

Uma vez eu morri! Morri por dentro, morri aos poucos, foi uma morte lenta dolorosa. E quando morri não sabia o que fazer, não sabia recomeçar, não sabia nem mesmo o que senti, então senti muita mágoa, uma culpa horrível  me dominava, me senti pequena, insignificante, me perdi de mim e de tudo aquilo que eu acreditava... Me perder foi uma das piores experiências, quantas vezes quis o abraço, o conforto, o riso, mas tinha tanto medo, era tão frágil, tão miúda que não reagi.
Com a ajuda de alguns poucos me reencontrei, curei as feridas, perdoei a mim mesma e ao outro. Fiz da minha fraqueza força. Mudei, pouco, mas mudei. Hoje conheço meus demônios, entendo minha loucura, não culpo ninguém pelas dores que são só minhas.
Confesso que também endureci, sequei um pouco, acho que faz parte, sempre acabo criando cascas pra me proteger. Tenho medo de sofrer, nunca gostei do sofrimento apesar dele ser sempre presente na minha vida. Apesar dele tantas vezes me acompanhar.
Fiz novos amigos, construí novas histórias, algumas delas tiveram finais trágicos é bem verdade. Morreu um pouco de mim quando Mayra se foi. A gente sempre morre um pouco quando perde um amigo. Mas revivi outras vezes na presença de uns poucos e bons que souberam me amar.